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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O lado negro da lua - Parte 2

Para que fosse possível a criação e estabilização das cidades lunares, foram feitas muitas mudanças na lua. Mudanças que afetaram até mesmo o seu núcleo. Visto que a lua controla as marés da Terra, essa mudanças feitas no satélite, fizeram com que essas se tornassem irregulares e extremas. Ou seja, as marés começaram a variar com uma velocidade e intensidade impressionantes. Enquanto grandes metrópoles se alagavam, grandes mares secavam.

Por causa disso, as cidades da Terra foram transferidas para lugares altos, que por causa de sua altitude, não são afetados pelas marés. E Nova York não era uma dessas cidades.

...

Nova York - Terra, Dezembro de 3014

Em meio ao silêncio que pairava sobre os 27 andares alagados da cidade submersa de Nova York, podia se ouvir o som de Luke Austin em sua moto-aquática, pilotando entre os prédios da ex-metrópole. Luke era filho do grande líder da resistência. Mas, ao contrário de seu pai, não demonstrava muita maturidade.

Luke sabia que as cidades submersas eram um dos locais onde os agentes do governo costumavam se esconder, à espera de rebeldes. E não demorou muito para que ele se arrependesse da idéia de se aventurar em Nova York. Enquanto contornava a ilha de Manhattan, Luke olhou para trás e viu duas motos-aquáticas saindo de um dos prédios. Eram dois homens vestidos de preto, com um distintivo prateado em seus peitos.

Luke usava uma moto antiga, anteriormente pertencente a agentes, que foi roubada e reformada para uso da resistência. Portanto ela não estava em excelentes condições. Já estava enferrujada e com problemas constantes no motor. Portanto, as novíssimas motos dos agentes eram muito mais rápidas do que a moto de Luke. Então, rapidamente os agentes se aproximaram dele. Isso fez com que ele decidisse entrar na cidade, para tentar despistá-los. Luke sentia a adrenalina subindo cada vez mais pelo seu pescoço, enquanto desviava em alta velocidade, de prédios, robôs, máquinas e carros, que flutuavam nas ruas da cidade. Apesar do fato das motos dos agentes serem mais rápidas, eles não possuíam a habilidade que Luke possuía. Os agentes ainda não haviam tentado usar de força letal contra Luke, porque intencionavam usá-lo para obter informações sobre a resistência, ou usá-lo com refém. Mas, para Luke não interessava manter os agentes vivos. Portanto decidiu usar de força letal.

Luke corria numa larga rua livre da cidade, onde não havia obstáculos. Por isso, os agentes chegaram muito perto dele. Luke, vendo que não haveria saída, colocou a mão na antiga, e rara Winchester que possuía. Seu coração batia forte, e suas pupilas se dilataram rapidamente. Luke podia sentir as gotas de suor e ódio descendo pelo seu pescoço. Ele pensou mais uma vez em tudo o que seu povo sofreu nas mãos do governo e de agentes, e desapareceu no meio da água, junto com sua moto. Os agentes ficaram perdidos com a rapidez e agilidade de Luke. Nunca tinham visto ninguém tão rápido assim em toda a sua vida. E nunca veriam de novo.

Pensaram rapidamente para onde ele teria ido e como ele teria feito aquilo, e soltaram seu último urro de dor, ao sentir as balas da Winchester de Luke, atravessando seus cérebros e corações. Com seus corpos perfurados, os agentes mergulharam involuntariamente para o coração alagado da cidade. Uma das motos bateu num prédio e explodiu. E a outra passou pertencer a Luke Austin.

A central da resistência, se localizava ao norte de Nova York, na beirada de uma alta chapada, chamada Devonplain. Parte da central era subterrânea, e parte era externa. Olhando do alto, ela era parecida com uma espada enterrada, pois era comprida, e uma de suas extremidades era composta por dois compartimentos laterais, onde se encontrava as únicas entradas para a base central da resistência na Terra.

Depois de viajar 200km em sua novo moto-aquática, Luke chegou aos pés do penhasco, que o levaria à central, ou, sua casa. Por sorte, ninguém havia tirado, nem sua corda, nem seu aparelho de enrolar cabos elétricos de lá. Usando o aparelho de enrolar cabos elétricos, o “enrolador”, Luke subiu o penhasco, para o topo de Devonplain, deixando sua moto nova presa por ganchos, junto às águas que batiam nos pés do penhasco.

Apesar dele ter sido silencioso em sua subida, seu irmão mais velho, Chris Austin, já o esperava sentado em uma cadeira de plástico.

-Bom dia, Luke! – disse Chris, com um tom irônico em sua voz – que coincidência encontrá-lo por aqui! Bem na hora em que eu estava fazendo minha terapia solar diária.

Chris Austin era o braço direito de seu pai. Procurava sempre obedecer suas ordens e seguir seu exemplo, para que pudesse assumir no futuro o papel de líder. E a última ordem recebida foi, encontrar seu irmão irresponsável.

-Por onde você andou, moleque? – disse Chris, mudando o tom de sua voz.

-Temo que não seja da sua conta – respondeu Luke.

-Ah, mas infelizmente é. Não é culpa minha que você seja meu irmão. Mas, como você é, e eu não posso fazer nada à respeito, eu preciso saber pelo menos onde você passou a noite.

-Ah, eu só fui dar uma volta. Para esfriar a cabeça, é isso.

-Hum...E em qual megastore você comprou sua MA-360, com impulso magnético, novinha? Posso saber?

-É que eu fui em Nova York. É isso. Ai, eu encontrei ela flutuando sozinha, perto de Manhattan. Provavelmente foi de um agente do governo.

-Sei. Quero que você me conte essa história direito depois. Agora, nós temos o que fazer. – disse Chris, levantando da cadeira e limpando a poeira de sua perna esquerda. Chris e Luke seguiram em direção à entrada N° 1 da central.

-Luke, eu quero que você esteja mais ciente do que está acontecendo no momento. A nossa família comanda a resistência, e você faz parte dela. Então, eu vou te explicar, e quero que você preste bastante atenção ao eu vou te dizer.

-Ta bom. Mas, por favor, não fala para o nosso pai que eu sumi essa noite. Senão ele me mata.

-Ele já sabe.

-O que?? Como já sabe?

-Ah, sei lá. Foi ele que me pediu para te esperar aqui. Mas pode relaxar porque eu acho que ele não está bravo com o assunto.

-Sei...

-Mas, continuando. Como você sabe, nós temos 5 bases espalhadas pelo país, e mais 10 no resto do mundo. Cada uma delas se encontra perto de um local importante no planeta. A nossa, por exemplo, perto de Nova York, onde você foi hoje.

-Sim, eu sei disso tudo.

-Tudo bem. O que está acontecendo, é que as nossas tentativas em nos infiltrar nas bases terrestres do governo, onde ficam as centrais de inteligência e energia, não tem dado certo, como acontecia à alguns anos atrás. Os escudos estão cada vez mais fortes, e os sistemas estão mais intransponíveis, nos impedindo de tentar destruir essa centrais, e libertar aqueles que vivem como escravos lá dentro. – enquanto falava, eles entravam na base e começavam a descer o escuro corredor principal que levava ao coração da central.

-Mas isso sempre aconteceu, e sempre conseguimos um jeito de trapacear os sistemas de segurança, por mais complexos que fossem.

-Sim, é verdade. Mas isso nos tem levado à perceber que nossa luta tem sido em vão, pois nosso verdadeiro inimigo não está aqui, na Terra. E sim na lua. Portanto precisamos iniciar imediatamente o que chamamos de infiltração. – completou Chris.

-Mas, como vamos conseguir chegar até a lua? E, se chegarmos lá, como você acha que podemos causar algum dano à cidade lunar sem ser pegos? – perguntou Luke.

-Eu ainda não sei exatamente. Mas tenho certeza que nosso pai sabe. Aliás, nós pela primeira vez, temos um espião na cidade lunar. E ele com certeza pode nos ajudar. Inclusive, estamos indo para uma reunião com ele agora.

-Reunião?

-É. Para isso que eu estava lhe esperando.

Chris e Luke Austin, chegaram ao final do corredor, onde uma porta giratória se abriu do centro para fora. Dentro da cabine principal, em volta de uma mesa redonda com um holograma da Terra, os dois puderam ver seu pai, o comandante Edward Austin, e o mais novo espião lunar da resistência: Charlie Ford.

Um comentário:

  1. Hhsausaushaushasuh , fora os nomes de Lost e os erros de português ficou bem legal ! \o/

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